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Algumas perguntas sobre a Womb Blessing responderam!

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Estamos felizes por partilhar com toda a Comunidade Womb Blessing® (Bênção do Útero) esta entrevista feita pela Moon Mother Mayella Almazan com Miranda, em Janeiro de 2019. Mayella é actualmente um membro Weaver da Womb Blessing® da Irlanda e Moon Mother® da Equipa de Coordenação de País da Irlanda. Ela também será qualificada como Professora Moon Mother® Nível 1. Esta entrevista foi uma oportunidade fantástica para explicar alguns pontos de conhecimento que deram inspiração a Miranda para originar a Womb Blessing®… Miranda explica também a diferença entre “ser a originadora” e “ser a criadora”. Então lê e diverte-te!

Olá Miranda, muitíssimo obrigada por esta entrevista.

Em primeiro lugar, gostaria de perguntar-te porque achas que os tópicos de femininidade, ciclos menstruais e divino feminino tornaram-se tão populares? A este respeito, viste isto acontecer ou foi apenas uma serendipitosa coincidência que começaste a partilhar a Womb Blessing® à medida que este interesse mundial começou a crescer e a expandir-se?

Miranda Gray

Miranda: Eu tenho vindo a trabalhar para ajudar as mulheres a entenderem as suas energias femininas, a sua natureza cíclica e espiritualidade feminina, há muitos anos. O meu primeiro livro Lua Vermelha foi publicado em 1994, mas no final dos anos 90 e ao longo dos anos 2000 o interesse pelas energias femininas e pela espiritualidade diminuiu. Apenas há cerca de oito anos é que houve novamente uma centelha de interesse, e essa faísca tornou-se um incêndio em todo o mundo.

Muito do meu trabalho é criado antes de as mulheres estarem prontas para o mesmo! Por exemplo The Optimized Woman (A Mulher Optimizada) foi publicado pela primeira vez em 2009 e, só agora, as mulheres estão a descobrir o livro e os benefícios de aplicar os conceitos e informações na sua vida quotidiana e profissional. Assim, ao longo dos anos, aprendi a ser paciente e deixar as coisas fluírem no seu próprio tempo.

O prazer e a surpresa para mim quando eu lancei a Worldwide Womb Blessing® (Bênção do Útero Mundial) em 2012 foi constatar de que as mulheres estavam prontas! No entanto, penso que esta prontidão para a Womb Blessing® não veio de um passo consciente para o despertar feminino, mas da consciência de que algo fundamental estava a faltar nas suas vidas e que havia um sentimento de incompletude e falta de realização. Este sentimento talvez tenha crescido a partir dos anos em que o interesse espiritual pelas energias femininas era baixo ou, talvez, da crescente tecnologia que ligava as mulheres no mundo inteiro, permitindo que partilhassem as suas experiências, criando também mais e mais expectativas para as mulheres serem o mesmo que os homens.

Eu sinto profundamente que as mulheres chegaram a um momento em que sentem que na vida moderna está a faltar algo para elas e que elas estão em busca de preenchimento desse vazio. Na sua busca, elas estão a perceber que, para serem preenchidas, precisam amar e viver a sua natureza cíclica.

 

Miranda, falas muito sobre a importância do ciclo menstrual na vida das mulheres nos teus workshops e livros. Alguns poderiam dizer que, ao concentrares-te tanto no impacto de uma função biológica na vida das mulheres, estás a privilegiar a herança biológica das mulheres e a ignorar a influência cultural ou social nos nossos estilos de vida e escolhas. O que tens a dizer sobre isto?

Miranda: Uma pergunta altamente interessante e instigadora!

No meu trabalho, começo sempre com um diagrama conceitual baseado no ciclo biológico das hormonas – mas digo sempre que meu trabalho não se concentra na biologia, mas na experiência das mulheres. É a experiência de quem somos que é importante e para as mulheres com um ciclo menstrual, a sua experiência de vida é influenciada pelo seu ciclo. Diz-se que a cultura e a sociedade influenciam as mulheres, claro que o faz, mas a natureza cíclica das mulheres também afeta a cultura e a sociedade, mesmo que não tenhamos consciência disso. O ciclo menstrual afeta todos os aspectos de uma mulher – as suas energias físicas, os seus sentimentos, a sua criatividade, as suas energias sexuais. Mais importante, afeta a sua percepção de uma fase para a seguinte. Como ela percebe o mundo e a si mesma numa fase, muda com a fase seguinte e isto deve-se a uma mudança no seu nível natural de pensamento dominante. Onde quer que haja mulheres, há o efeito do ciclo menstrual – e assim o ciclo afeta a nossa cultura e sociedade, quer percebamos ou não.

A influência da sociedade, no entanto, tem sido dominantemente masculina há milhares de anos e a sua abordagem influenciou a vida das mulheres e a maneira como elas percebem a sua femininidade. Ou denegriu a natureza cíclica das mulheres, ou ignorou-a, ou tentou reprimi-la. As mulheres sentem e notam as mudanças em si mesmas, mas, se não há uma explicação social que faça uma validação positiva para o que elas estão a experimentar, a interpretação das suas experiências é que algo está errado e precisa ser corrigido. No entanto, a causa do problema é a percepção da sociedade – e não há nada errado com a mulher para ser consertado.

Então, para responder à pergunta! Eu diria que a sociedade dominada pelo pensamento masculino teve um enorme impacto no nosso estilo de vida e escolhas e que é hora das mulheres reconhecerem que essa influência ignora ou resiste às incríveis capacidades e habilidades que elas têm como seres cíclicos e que, quando entenderem e aceitarem a sua natureza cíclica, e expressá-la no mundo, então, elas não apenas se sentem fiéis ao que são, mas também oferecem ao mundo o melhor de quem elas são. A situação não é exclusiva – a natureza cíclica das mulheres tem um papel a desempenhar no desenvolvimento consciente da sociedade e da cultura.

 

Miranda, também usas muito a frase “femininidade autêntica”. O que queres dizer com isto? Pode haver um entendimento global ou conceito de como é a femininidade autêntica para todas as mulheres ou isto pode ser algo pessoal e único para cada pessoa? 

Miranda: Eu uso o termo “femininidade autêntica” para descrever como as mulheres experimentam a sua femininidade sem a influência de um quadro de referência linear/ masculino.

Cada mulher tem uma experiência única do seu ciclo menstrual; no entanto, há coisas que as mulheres têm em comum, independentemente da cultura ou da sociedade em que foram criadas e viveram. Estas experiências vêm da consciência do nosso corpo, da maneira como interagimos com o mundo e da maneira como pensamos e sentimos. Esta é a nossa “femininidade autêntica” – uma experiência direta do mundo e expressão no mundo que deriva da consciência de quem somos. Assim, a femininidade autêntica tem um nível que todas as mulheres partilham e isto dá-nos a oportunidade de criar empatia, comunicação e relacionamentos mais profundos entre mulheres de diferentes origens. Mas a forma como nós trazemos esta femininidade autêntica para o mundo é moldada pela nossa individualidade, pela nossa compreensão, pela nossa mitologia interior que criamos para compreendermo-nos, pela nossa educação e pelo que a nossa sociedade permite-nos fazer.

 

Alguns grupos ou movimentos de mulheres são muitas vezes acusados de serem apenas para a elite, particularmente, para mulheres brancas da classe média. Existe algum país ou países onde este trabalho seja mais popular do que noutros? Dirias que a comunidade da Womb Blessing® está refletida nesta crítica?   

Miranda: A visão da Womb Blessing® é que ela possa ser partilhada com o maior número possível de mulheres no mundo.

A Worldwide Womb Blessing® tem mulheres a participarem em mais de 150 países diferentes. Temos mulheres a participarem oriundas de países desde a América Latina e América do Norte, da Europa à Ásia e pequenas ilhas como a Ilha da Páscoa, as Galápagos, a Polinésia e a Ilha da Reunião.

A Worldwide Womb Blessing® é gratuita para todas as mulheres e onde as mulheres não têm acesso à internet, tentamos fazer com que fique disponível para elas. Tivemos uma aldeia em África a participar que não tem linguagem escrita, então as mulheres decoraram as Meditações para poderem participar.

Qualquer ‘mulher’, independentemente do seu historial, religião, condição física, educação, língua, etnia, orientação sexual, situação económica, localização e nacionalidade é bem-vinda a participar na Worldwide Womb Blessing®. E para ajudar a concretizar este objetivo, trabalhamos com tradutoras voluntárias incríveis para traduzirem a Meditação da Womb Blessing® em tantas línguas quanto possível – neste momento abrangemos 16 línguas.

Os países onde a Womb Blessing® é atualmente mais popular são países da América Central, América do Sul e da Europa, os países com línguas de origem latina. Os países onde há menos interesse são geralmente países de língua Inglesa. Contudo, esta imagem está a mudar à medida que cada vez mais mulheres estão a explorar a Womb Blessing®, pelo que eu diria: “vamos esperar para ver o que acontece a seguir!”

Outra observação comum em relação ao desenvolvimento pessoal ou cursos e workshops ligados à espiritualidade é que são demasiado caros. Como originadora da Womb Blessing®, tomaste algumas ações para que este trabalho e o trabalho facilitado pelas Moon Mothers, em todo o mundo, seja acessível? 

Miranda: A Worldwide Womb Blessing® é gratuita para todas as mulheres, pelo que todas as mulheres têm acesso a ela.

Na sequência da primeira Worldwide Womb Blessing® tive muitas mulheres a perguntarem-me como podiam aprender a partilhar a Blessing (Bênção) com outras mulheres pessoalmente. Tudo o que eu faço remete-se à visão da Worldwide Womb Blessing® e senti que, ao criar Moon Mothers para darem uma Womb Blessing® Individual, que a Blessing chegaria a mais mulheres no mundo.

O meu método nos workshops de Moon Mother é torná-los financeiramente acessíveis, refletindo a economia de cada país. Contudo, existem sempre muitas despesas, especialmente para viagens de longa distância e, por vezes, preços baixos nos workshops significa que não conseguimos ter alunas suficientes para pagar as despesas. Para mim é importante que a abundância flua, pelo que é injusto pedir a quem organiza o workshop que o faça sem receber qualquer rendimento pelo seu imenso esforço. Então, tentamos criar um equilíbrio. Tenho muita consciência da diferença nas expectativas culturais em todo o mundo e ouço sempre as recomendações das organizadoras locais. Não me cabe a mim estipular um preço, mas sim escutar a experiência, conhecimento e sugestões da organizadora acerca daquilo que funcionará bem no seu país.

Além disso, ofereço preços mais baixos em troca de ajuda e duas Bolsas gratuitas por cada workshop para mulheres que possam não ter recursos financeiros, mas que assumem o compromisso de fazerem um trabalho que beneficiará a Womb Blessing® e levá-la para novas áreas.

O workshop de Moon Mother é um workshop de ‘practitioner’ e foi especificamente concebido para apoiar mulheres através da oportunidade de receberem um rendimento. Não é um workshop de desenvolvimento pessoal, pelo que as Moon Mothers têm a possibilidade, não só de recuperar o dinheiro que investiram no seu treino, mas também criar uma entrada de dinheiro contínua – muito importante para mulheres que vivem em países com contextos económicos complicados.

 

E em relação à questão anterior, tu consideras-te a originadora da Womb Blessing®, em vez de a sua criadora. Qual é a diferença?

Miranda: Eu penso que me sinto mais confortável com a palavra “originadora” porque sinto que a Womb Blessing® e a comunidade Womb Blessing® não são algo que eu “criei”.

Com toda a certeza, não comecei com o objetivo de criar a incrível comunidade internacional que temos hoje. A Womb Blessing® veio até mim como uma centelha de uma ideia. Pus essa centelha no mundo e as mulheres de todo o mundo reagiram e criaram a chama. Mais mulheres puseram lenha na chama e construíram uma fogueira. Depois faíscas voaram da fogueira – e estas faíscas são as Moon Mothers, as voluntárias da Womb Blessing®, tradutoras, organizadoras de workshops e Equipas de Coordenação. E elas vão para o mundo e criam as suas próprias chamas e fogueiras. Então, eu vejo-me como a centelha da inspiração e são as mulheres que responderam que são as “criadoras” da Womb Blessing®.

 

A Comunidade Womb Blessing® está a espalhar-se pelo Mundo muito rapidamente, Miranda. Sabes quantas são as Moon Mothers no total? E à medida que a comunidade chega mais longe, como garantes que todas as culturas e crenças espirituais/religiosas de cada país que visitas são honradas?

Miranda: Na altura em que este documento estava a ser escrito, somos 5,500 Moon Mothers em 61 países.

Para mim uma das alegrias e desafios criativos é aprender sobre as diferenças culturais e tentar encontrar formas que sejam inclusivas e não isoladas da expressão internacional da comunidade. Eu penso que ao trabalhar com o Divino Feminino há uma herança de compreensão na qual Ele expressa-se de diferentes formas e é conhecido por muitos nomes em todo o Mundo. Apenas temos que ver os objectos que as Mulheres trazem para os meus Workshops de muitas religiões e espiritualidades diferentes, para ver-se que até as Mulheres Modernas honram a diversidade da espiritualidade feminina. Há um conhecimento inerente que não há apenas um caminho ou uma expressão do Divino. Então, nós temos mulheres que seguem as principais religiões, Mulheres que têm outros caminhos espirituais, e Mulheres que caminham o seu próprio caminho espiritual. É uma expressão natural da espiritualidade das Mulheres, e por esta razão há um genuíno respeito pelas crenças e expressão das mesmas dentro da comunidade.

Eu estou numa posição muito privilegiada de ter um ponto de vista mundial, mas isto não é único. Um dos prazeres da Womb Blessing® é conectar com mulheres de diferentes culturas e países. Na maioria dos workshops temos estudantes que vêm de diversos países, e isto ajuda a todas a sentirem-se parte de uma família global. A internet está também a ligar mulheres de diferentes culturas e há uma genuína curiosidade de partilha da língua, cultura e espiritualidade. Eu adoro ver o compromisso de mulheres que viajam longas distâncias para participar nos meus workshops, ouvir três línguas diferentes usadas na mesma conversa e ver as múltiplas experiências e crenças expressas. Eu sinto que à medida que as mulheres acordam para o seu autêntico feminino elas estão-se a abrir ao Mundo e às Mulheres à sua volta, e respeitar a diversidade de cada uma é parte natural de quem somos como Mulheres.

 

Muito Obrigada Miranda, pelo teu tempo e por todas estas inspirações. Estou desejosa por ver-te na Irlanda no Encontro Internacional de Moon Mothers.  

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